quinta-feira, 23 de setembro de 2010

RIR PARA NÃO CHORAR!



No teatro Ruth Escobar está em cartaz a comédia “O amante do meu marido”, uma adaptação de Miriam Lins para o texto de Rodolfo da Rocha Carvalho, o “Carvalhinho”. Confesso que, em três anos de sucessivas apresentações foi a primeira vez que me interessei em assistir a peça. A atriz Miriam Lins como diretora do espetáculo e o ator de filmes para adultos, Mateus Carrieri me causaram um certo impacto, digamos, negativo. Porém, em uma tarde chuvosa de sábado pensei: Porque não? Talvez sim. E fui.
                No teatro a aglomeração de pessoas no hall anunciava uma luz ao final do túnel. Espetáculo bom, igual satisfação do público que resulta na divulgação da peça. O roteiro não me preocupava. Carvalhinho era um ótimo comediante. Atuou em algumas novelas globais e participou da época “dourada” do Zorra total. Faleceu em 2007 e fará falta. Agora, assistir a uma adaptação é sempre preocupante. A minha tensão só não era maior pois o valor do ingresso foi ínfimo: dez reais.
                Que soem os três sinais e abram as cortinas! Decepcionante... O cenário é deprimente. Tudo bem, eu não sou decoradora e nem tenho os melhores móveis. Mas, como “para um bom entendedor meia palavra basta”, decifrei que, em cima do palco encontrava-se uma sala. A empregada Doroty, personagem interpretado pela atriz Adelita Del Sent anunciava o tom sexy da peça: loira, alta, corpo saliente e uniforme quase imperceptível.
                Acho desnecessário ressaltar, porém, só para não restar dúvidas: o enredo agarra-se ao erotismo. Carvalhinho, quando escreveu seu texto, quis apenas contar a história de um aposentado que desejava ser ator e, após um teste feito por telefone (onde interpretava um homossexual), a sua vida conjugal virara uma tremenda confusão. O problema na adaptação foi o apelo. Milton Levy, que, sem dúvidas é um excelente ator, interpretou o protagonista: Esperidião. Haja palavrões, gestos obscenos e piadas sexuais. Mateus Carrieri, na pele do amante revelava todo o seu potencial: músculos calorosos, tatuagens vistosas e uma interpretação “à lá” Alexandre Frota. Miriam Lins quis abraçar o mundo e também atuou; interpretou a mulher de Esperidião (água com açúcar).
                Fico pensando... O que fizeram com a comédia? Ou melhor, o que fizemos como nosso conceito sobre a comédia? No próximo sábado chuvoso já decidi. Os filmes de Charles Chaplin me farão companhia.   

Um comentário:

  1. Valeu a dica, Fran. Não vou assistir essa peça, certeza! kkkkk... Beijos, ótimo texto!

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